Resumo o nascimento da clinica
3553 palavras
15 páginas
Este livro é composto de prefácio e dez capítulos. No prefácio explica quanto à linguagem, a partir de que momento e qual modificação semântica ou sintática puderam-se reconhecer a transformação da mesma em discurso racional. Fala que segundo Descartes e Melenbranch, ver era perceber, porém, tratava-se de, sem despojar a percepção do seu corpo sensível, torna-la transparente para o exercício do espirito. No final do século XVIII, ver consiste em deixar a experiência em sua maior opacidade corpórea; o solido; o obscuro, a densidade das coisas encerradas em si próprias têm poderes de verdade que não provem da luz, mas da lentidão do olhar que os percorre, contorna e, pouco a pouco, os penetra, conferindo-lhes apenas sua própria clareza. Cabia a esta linguagem das coisas e, sem duvida, apenas a ela, autorizar, a respeito do individuo, um saber que não fosse simplesmente de tipo histórico ou estético. Explica que a experiência clinica foi tomada como um confronto simples, sem conceito, entre um olhar e um rosto, espécie de contato anterior a todo discurso e livre dos embaraços da linguagem, pelo qual dois indivíduos vivos estão em uma situação comum, mas não reciproca. Expõe que a medicina como ciência clínica apareceu sob condições que definem, com sua possibilidade histórica, o domínio de sua experiência e a estrutura de sua racionalidade. Falar sobre o pensamento dos outros, procurar dizer o que eles disseram é, tradicionalmente, fazer uma análise do significado. O aparecimento da clínica como fato histórico, deve ser identificado com o sistema destas reorganizações. Esta nova estrutura se revela, mas certamente não se esgota na mudança que substituiu a pergunta: o que é que você tem? Por onde começava no século XVIII, o dialogo entre o médico e o doente, com uma gramática e seu estilo próprios, por outra que se reconhece no jogo da clínica e o principio de todo discurso: onde lhe dói? A clínica deve sua real importância ao fato de ser uma reorganização