4 Parte II: A dinâmica da relação estoque de capital/renda A Parte II traz outros conceitos, como o já explicitado de riqueza, mas também de capital doméstico, estrangeiro, privado, público, financeiro e não financeiro. Os dados dessa parte estão centrados na França e Grã-Bretanha. Ao longo do tempo, a natureza do capital se transformou de forma significativa. O capital na forma de propriedade rural voltada à agricultura deu lugar ao capital financeiro, industrial e a imóveis urbanos. Ainda assim, a relação estoque de capital/renda não mudou tanto ao longo do tempo: o capital é entre 5 e 6 vezes o valor da renda nacional, um pouco abaixo do que foi nos séculos XVIII e XIX, quando estava entre 6 e 7 vezes. Nessa parte, no capítulo 5, o autor expõe outro elemento relevante de sua construção teórica, que é a Segunda lei fundamental do capitalismo, dada pela equação: 7 β = s/g Essa equação é válida para o longo prazo, onde a razão estoque de capital/renda (β) é uma relação entre taxa de poupança (s) e taxa de crescimento (g). Assim, se a taxa de poupança for de 12% e a taxa de crescimento for de 2%, logo, no longo prazo, β = 600%. Isso quer dizer que o capital acumulado será seis vezes a renda nacional. Nesse sentido, um país que poupa muito e cresce pouco, terá um estoque de capital acumulado grande ao longo do tempo, o que impacta bastante na estrutura e na distribuição de riqueza. Pequenas variações na taxa de crescimento desencadeiam grandes efeitos na relação estoque de capital/renda ao longo do tempo. Uma queda da taxa de crescimento eleva a participação do capital na renda. Isso potencializa a utilização do capital para benefício geral, mas representa uma concentração da distribuição de riqueza. Em uma situação dessas, há impactos econômicos, sociais e políticos. A variação demográfica também influencia seu modelo, o crescimento demográfico reduz o estoque de capital em relação à renda. Ou seja, países com taxas de crescimento da renda per capita semelhantes