Resumo e comentário: meditações metafísicas i e ii – rené descartes.
A proposição da primeira meditação metafísica de René Descartes é demonstrar razões pelas quais pode-se duvidar de todas as coisas, inclusive e principalmente, as materiais. O objetivo é defendido pela ideia de que a dúvida liberta “dos prejuízos”, prepara um caminho fácil para o espírito desligar-se dos sentidos – que é absolutamente necessário para o resultado que Descartes pretende buscar no total das seis meditações metafísicas: provar a existência indubitável de Deus – e, enfim, a dúvida torna impossível a existência de qualquer dúvida sobre o que depois se descobre verdadeiro.
Assim, inicia a meditação defendendo que ele mesmo, Descartes, havia percebido que recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras, e que fundou seus princípios de maneira mal assegurada, que fazia suas conclusões duvidosas e incertas. Viu, então, ser necessário desfazer-se dessas opiniões a que dava crédito, e começar tudo de novo desde os fundamentos, para estabelecer firmeza em sua ciência. No entanto, aguardou a chegada de uma idade madura o suficiente que não pudesse mais adiá-la.
Chegada a idade, passa a derrubar as falsas ideias, mas não pretende provar errada uma a uma. Quer derrubá-las todas a partir de uma e vai direto na ideia que apoiava todas as outras.
Descartes percebe que tudo que aprendeu até momento em que fala foi pelos sentidos, ou a partir deles. E como havia experimentado algumas vezes que os sentidos o enganavam, seria prudente não se fiar inteiramente em já o enganara uma vez. Atinge assim o primeiro grau da dúvida sem chegar, no entanto, a ser suficiente para nos fazer duvidar de nossa percepção sensível. Descartes nota isso por si mesmo, dizendo que apesar de conhecermos tudo a partir dos sentidos, e eles não serem confiáveis, tem coisas que seria loucura serem questionadas: “E como poderia eu negar que estas mãos e este corpo sejam meus?”.
Introduz então o segundo grau da dúvida¸ o