Resumo - A Geografia Cultural
Resenhado por Ricardo Felipe Facioni Marques1.
O livro “A Geografia Cultural” de Paul Claval, escrito em 1995, trata, sobretudo, da visão cultural dada aos estudos geográficos. Assim, o livro serve como introdução aos estudos culturais em geografia, já que aborda de forma ampla e bastante acessível da confluência entre as duas áreas. Em termos estruturais, a obra se divide em quatro grandes partes, que se subdividem em catorze capítulos. Essa divisão possibilita a acessibilidade do leitor ao contexto da obra, aos textos com que Claval dialoga, bem como as contribuições propostas pelo autor.
Portanto, a primeira parte retoma o histórico dos estudos geográficos e as teorias que embasaram os estudos culturais nessa frente. Posicionando-a epistemologicamente, o histórico da Geografia Cultural é retomado breve e sinteticamente abordando correntes como os estudos primários da geografia clássica, os da new cultural geografy e, principalmente, da frente alemã do final do século XIX, a qual é mais acentuada no texto de Claval e, que parece influenciar mais a visão do autor francês.
Nesse primeiro contraste é possível situar os estudos de Claval na evolução dos estudos de Geografia, já que parte do aspecto simbólico, do interesse pela identidade e pela visão, de certa forma, mais individualizada das paisagens. Cabe, então, dizer que, a despeito da visão mais universalizada, da prática positivista e da crítica puramente social, acrescentou-se o aspecto cultural e simbólico, que apesar de já existente, ainda era coadjuvante nos estudos geográficos.
Essa nova visão dá a Claval um território pouco explorado e, que, segundo o próprio autor, carecia de mais investigações e conceitos, de forma a serem trabalhados sob um viés mais científico e que condissesse com a realidade observáveis.
A segunda parte do livro trata mais especificamente das