Resumo a Epopéia do capitão Cook
Sahlins narra e interpreta os acontecimentos que ocorreram nas viagens do capitão James Cook, explorador britânico, em 1779 às ilhas Sandwich, e as razões que levaram os havaianos a identificarem o inglês com o deus da fertilidade, Lono, e, posteriormente, o assassinarem misteriosamente.
Em Metáforas históricas e realidades míticas, os eventos que levaram à morte de Cook no Havaí são interpretados como metáforas históricas de uma realidade mítica.
Mito e realidade são dimensões que explicam os acontecimentos daqueles fatos trágicos e mostram como os havaianos incorporaram a dominação e expansão do capitalismo naquela parte do mundo.
Para compreender o evento, faz-se necessário entender a mitologia havaiana setecentista, principalmente a alternância ritual entre os deuses Lono e Ku. O deus Lono é deus da fertilidade e pacífico que chega às ilhas com as Plêiades. Ao fim do período, Lono se retira com a promessa de retornar no ano seguinte, e o deus Ku, junto com seu representante terreno, o chefe governante, recupera a ascendência e os havaianos retomam os sacrifícios humanos.
Segundo fontes havaianas e britânicas, a chegada e a circunavegação às ilhas pelo capitão Cook foram relacionadas aos movimentos rituais do deus Lono. O local escolhido para ancorar os navios era o lar dos sacerdotes de Lono, e Cook foi venerado como um deus.
Deus assassinado
Entretanto, depois de partir como deus, o explorador britânico retorna às ilhas devido a um acidente com o mastro de seu navio e é assassinado. O evento, que não foi presenciado pelos marinheiros britânicos a bordo do navio HMS Resolution, foi retratado na tela de John Webber do século 19 que mostra a cena do explorador britânico sendo morto por um chefe havaiano.
Cook, em seu retorno imprevisto à ilha, chegou em pleno ciclo ritual do deus Ku e, seguindo o mito, foi percebido como o deus que retornava para usurpar o poder e deveria, então, ser morto pelo atual chefe.
Cook e os