Resumo a contrução do eu na modernidade
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O PÚBLICO E O PRIVADO
A partir da disposição do “eu” como centro do mundo no século XVII, com freqüência considerado como o século da inauguração da Modernidade, derivaram-se diversos caminhos da formação de nossa experiência atual. Só poderemos apontar algumas das tendências que conduziram à Psicologia.
Talvez seja prudente partirmos de um dos temas mais clássicos na história do século XVIII: o da relação entre as esferas pública e privada.
No século XVIII, as mais diversas fontes nos sugerem que o espaço excluído ao eu passou a ser gradativamente iluminado, O eu deixará de ser tomado como totalidade e, cada vez mais, tomará o aspecto de uma apresentação social, uma auto-imagem cultivada e civilizada que encobre , no entanto, algo mais que habita e constitui as pessoas e que elas procuram manter em segredo.
Este será o espaço da privacidade, que só foi tornado possível desde que a crença em um Deus onipresente e onisciente deixou de dominar a experiência do homem ocidental. A privacidade abarcará todo um universo de desejos e pensamentos anti-sociais, que devem ser ocultos pela etiqueta e pelas boas maneiras.
A Modernidade assiste a uma dessacralização do mundo e à imposição de valores cada vez mais pragmáticos e fundados no homem.
Daí derivam várias imagens caricaturais sobre este século. Ao mesmo tempo em que ele é considerado o século das luzes ele é também o século do artifício.Floresce também no período cada vez mais a etiqueta e a multiplicação das regras de conduta que, em geral, servem para que se estabeleça uma hierarquia e uma precedência entre as pessoas.
O século XVIII é conhecido como o século das luzes, o século em que a razão, livre de qualquer coerção moral ou religiosa, estendeu-se sobre todo e qualquer objeto, inclusive sobre si mesma, interrogando-se sobre seus limites enquanto pertencente, como outro fenômeno qualquer, à grande referência do século: a natureza.
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TEMPESTADE E ÍMPETO: O ROMANTISMO
Ao longo do século