RESUMO - A construção social da subcidadania (Cap IV e V)
Capitulo IV DO PODER PESSOAL AO PODER IMPESSOAL
Florestan Fernandes em sua obra A revolução burguesa no Brasil foi o autor que mais se aproximou de uma concepção alternativa à tradição dominante para explicar as problemáticas de sociedades modernamente periféricas. No livro, ele foca na compreensão de civilização dominante com a implantação e consolidação do capitalismo no Brasil, tendo como ponto de partida as transformações estruturais a partir da independência política do país (1822).
Para ele, o surgimento do burguês é um fato que comprova a anterioridade das práticas em relação as idéias no processo de modernização do Brasil, uma vez que, aqui ele já surge como uma entidade econômica pronta, ao contrário de seu lento desenvolvimento que o transformou na Europa.
Neste período, mercado e Estado já produzem uma visão que hierarquiza os indivíduos e classes sociais. E com base nessa hierarquia e princípios “universais”, como o desempenho diferencial, que há a naturalização das desigualdades no país.
Mas não só a naturalização das desiguales, com uma sociedade sem visão de mundo adequada e que não reconhecia seus próprios interesses em longo prazo (revolução burguesa “encapuzada”), as novas forças e práticas sociais em ação mostraram-se ainda sob a lente de distinções e avaliações da ordem anterior. Como por exemplo, a pregação antiescravista com a ambígua doutrina liberal, que ao mesmo tempo defendia “a ordem social competitiva” e se limitava aos interesses das elites, gerando um abandono de um contingente despreparado para enfrentar as novas condições socioeconômicas.
Por mais interessante que seja a análise de Florestan, ele peca ao focar seus estudos nos fatores estruturais em jogo neste processo e não dar devida dimensão adequada a ação social dos grupos e classes suportes do processo de modernização. Jessé então considera que a exposição de Florestan deva ser complementada com a