Resumo - Vigiar e Punir - Parte I - Cap I
Inicialmente, Michel Foucault narra a história de Damiens, que no dia 2 de março de 1957 fora condenado por (tentativa de) regicídio, contra Luís XV de França, no final do século XVIII e deveria pedir perdão publicamente em frente a porta da Igreja de Paris levado e acompanhado em uma carroça. O homem foi esquartejado tragicamente em uma operação que foi muito longa e Foucault explica parte por parte o procedimento doloroso. Passadas três décadas do julgamento de Damiens, Léon Faucher produz um regulamento para a “Casa dos jovens detentos em Paris”. O tratamento com os detentos mostravam-se completamente diferentes do tratamento dado ao Damiens. Esse é o motivo de Foucault ter posto dois casos que demonstram as mudanças ocorridas na sociedade, e define bem os diferentes tipos da aplicação da penalidade. É o que ele chama de um mecanismo de utilização do tempo do condenado.
O foco está no suplício, em suas conseqüências e desaparecimentos. O suplício era uma dura punição corporal considerado um espetáculo, baseado na proporcionalidade entre a quantidade de sofrimento e a gravidade do crime cometido. A característica predominante do suplício era o poder sobre o corpo, alvo principal da repressão penal, no qual o sofrimento e a dor eram elementos constitutivos da pena.
A punição, pouco a pouco, conforme explica o autor, deixa de ser uma cena, pois foi invertendo os papéis, parecendo que o carrasco era um criminoso, os juízes assassinos e o supliciado um admirado. Sendo assim, após um tempo, a execução pública, de acordo com as palavras de Michel Foucault, “é vista como uma fornalha em que se acende a violência”. O sofrimento físico e dores corporais passam a não serem mais elementos constitutivos da pena. A condenação à morte hoje em dia não faz com que a pessoa tenha que sofrer tanto quanto antes para depois morrer.