resumo triste tropicos
Claude Lévi-Strauss disse odiar as viagens e os exploradores . Não era mentira. Apesar da publicação sair do quadro estrito da academia, e de boa parte de sua obra estar marcada pelas explorações da selva brasileira, foi mesmo no isolamento das bibliotecas que o antropólogo preferiu se refugiar. A partir de As estruturas elementares de parentesco, publicado em 1949, baseou seu pensamento em métodos rigorosos, como o estruturalismo, para tecer uma crítica severa ao progresso das civilizações. Assim, impôs-se como um intelectual que soube transformar suas experiências em sistemas de pensamento.
No encontro com os índios bororos, a origem do etnógrafo
O primeiro contato de Claude Lévi-Strauss com os índios brasileiros se deu em no rio Tibagi, no Paraná, mas o antropólogo ficou decepcionado, ao ver que os índios tibagis não eram nem verdadeiros índios, nem selvagens . Porém, ao final do primeiro ano em que lecionou no país (1935/1936), as visitas aos kadiveus na fronteira com o Paraguai e os bororos no Mato Grosso lhe renderam sua primeira exposição em Paris, o que foi fundamental para sua entrada no meio etnológico francês. Em 1938 foi realizada uma expedição até os nambikwaras no Mato Grosso, que foi encerrada antes do tempo devido a rumores políticos entre o patrocinador da expedição e o governo brasileiro, já que o primeiro era ligado ao Partido Socialista Francês. Essa missão também visitou os bororos e os últimos representantes dos tupi-kaguahib do rio Machado, considerados desaparecidos, relata ele em Tristes trópicos. Um ano depois da visita aos bororos, todas as condições para fazer de mim um etnógrafo estavam satisfeitas .Comecei a tentar entender porque Lévi-Strauss intitulou esse livro de Tristes Trópicos. Afinal de contas, se há um lugar onde as pessoas são alegres, onde se ri, onde se dança, é aqui, no Brasil. Ele saiu dos trópicos e escreveu Tristes Trópicos. Minha interpretação é que,