Resumo Thomas Kuhn
1. A evolução da ciência é descontinuísta, pois ela evolui por rupturas com o passado, isto é, a ciência desenvolve-se através de mudanças de paradigmas. Mas o que são paradigmas científicos? São modelos de prática científica, ou seja, em épocas científicas distintas há enquadramentos teóricos e metodológicos diferentes, que fazem com que a comunidade científica, em cada paradigma, partilhe um conjunto de crenças, técnicas, métodos, instrumentos e até conceitos (alguns tão basilares como o de objectividade científica) diferente do de outro paradigma. Assim, a prática científica (o modo de fazer ciência e até os objectivos da própria ciência) vão-se alterando profundamente. Na sua obra: A estrutura das revoluções científicas, Kuhn sugere que existe algum paralelismo entre uma revolução científica e uma revolução social e política. De que modo? Tal como uma revolução social altera profundamente a forma de viver das pessoas, quer a nível económico, político e cultural, incluindo os valores sociais e até a própria noção de sociedade, também as revoluções científicas alteram a prática científica, o valor da objectividade científica e a própria noção de ciência. De resto, a emergência de renovar a sociedade é apenas sentida, de início, por uma elite (normalmente jovem) e depois difundida por toda a sociedade (veja-se o exemplo do 25 de Abril e dos “capitães de Abril”). De modo análogo, são frequentemente os jovens cientistas a iniciarem os processos de ruptura com um paradigma que já não responde às suas exigências. Contribui também para este fenómeno, o facto de os jovens cientistas quererem afirmar-se na comunidade científica, confrontando os “mais velhos” e com estatuto superior dentro da mesma. Ou seja, podemos afirmar que há factores subjectivos e, de certo modo, irracionais, que influenciam o voluntarismo destes jovens cientistas.
Por outro lado, há ainda outros factores subjectivos, como as experiências