Resumo thomas hobbes - estado
“Do mesmo modo que tantas outras coisas, a natureza (a arte a qual Deus fez e governa o mundo) é imitada pela arte dos homens também nisto: que lhe é possível fazer um animal artificial”. (Hobbes, 2002, p. 15)
Nessa perspectiva, o Estado é um tipo de máquina (ou autômato) que funciona normalmente sem a interferência das ideologias e das disputas partidárias.
A migração do estado de natureza para o estado político, para Hobbes, acontece por meio das ideias racionalistas consolidadas por um “pacto”. O Estado, legitimado pelo pacto e munido de força coercitiva, passa a exigir obediência pública como única solução para a desordem.
Hobbes tinha consciência que o novo ambiente institucional criado pelo Estado pactuado (Leviatã) corria risco de perpetuar a desordem. Dentre as variáveis instabilizadoras, ele apontava a desinformação, a cultura da violência, as desigualdades econômicas, os interesses e as paixões de cada um. É justamente nesse ambiente de incerteza que o Estado precisava reforçar a cultura racional da obediência, transformando legalmente os indivíduos, os grupos e as instituições em novas máquinas civis ou pessoas artificiais da Modernidade.
17 – Sobre as causas, geração e definição de um Estado.
As questões levantadas nessa porção da obra de Hobbes são basicamente duas: Como e por meio de quais convenções é feito um Estado? ; Quais são os direitos e o justo poder do soberano e o que o preserva e o desagrega? Para responder essas indagações é necessário entender os pressupostos, assumidos pelo autor, sobre os desígnios dos homens. Os fins humanos são a liberdade e o domínio sobre os outros. Entretanto, para atingir esse fim é necessário aceitar restrições a si mesmos e se comprometer com o cuidado mútuo para conservar a vida e ser feliz. A