Resumo Textos Mestrado
A produção acadêmica do conhecimento nos dois últimos séculos foi marcada por uma clara tendência especializante. A questão ambiental, vista pela ótica do desenvolvimento sustentável e que assume considerável relevância no presente, introduz mudanças significativas neste cenário e aponta para a necessária abordagem interdisciplinar (des-especialização). Utilizando exemplos da produção científica brasileira, a partir de dados do CNPq e Capes, o texto apresenta um perfil dos cursos de Pós-Graduação do país voltados ao tratamento da questão ambiental. Uma análise crítica do processo é evidenciada, bem como importantes limitações e desafios que se apresentam para a construção deste novo campo do conhecimento.
“A institucionalização do tema meio ambiente, vista pela ótica do desenvolvimento sustentável,1 como foco de formação específica na Universidade é bem recente. Trata-se de fenômeno que não está limitado ao Brasil: em toda parte o mesmo movimento se repete.
O mundo universitário reproduz uma tendência semelhante ao mundo das políticas públicas: quando algo novo e relevante surge num determinado contexto, logo se propaga, num movimento em onda. Assim, a Universidade, que ao longo do século XX seguiu uma trajetória crescentemente especializante, desperta, ao final do século, para a necessária revisão de sua trajetória, diante do desafio de cumprir seu papel universalizante, de oferecer novas respostas às novas perguntas que o mundo real apresenta.”
“No caso da Universidade, embora a questão ambiental tenha marcado fortemente os debates desde os anos 1960 – seja pelos alertas neo-malthusianos, seja por propostas de mudanças nos paradigmas industriais – um duplo movimento passou a se dar na última década do século XX: a ambientalização das disciplinas e a interdisciplinarização do ambiente. O