Resumo: Teses sobre o conceito de historia, Walter Benjamin
Para o filósofo, a essa disciplina é atribuída a função de articular o passado e o presente, pois este só significa algo em sua conexão com o que se passou, cabendo ao historiador a tarefa de ligar e encadear esses dois momentos. O historiador é, dessa forma, alguém que aguarda o aparecimento de reminiscências, sem, no entanto, possuir referências especificas para esta posição. Isto porque é a própria imagem do passado que se oferece, inesperadamente, ao sujeito histórico num momento de perigo (pag. 224).
Uma das criticas do autor no texto é acerca do historicismo conservador que configura o relato histórico como uma narrativa de sucessivas vitórias de classes econômica e politicamente dominantes, devido ao que o ele caracteriza como uma empatia ou uma identificação afetiva do historiador para com esses vencedores. Benjamin afirma que no “estado de exceção” em que vivemos (o qual) é na verdade a regra geral (pág. 226), o conceito de historia não se refere à verdade vivenciada, mas sim de uma narrativa das vitorias consecutivas da classe dominante.
Em sua tese, o espírito messiânico é, pois, o componente fundamental, capaz de agir de forma conjunta ao materialismo histórico na vitória das classes oprimidas sobre o fascismo – que seria “o grande inimigo”, segundo Benjamin. O trabalho do materialismo histórico (que possui suas jogadas conduzidas pelo anão teológico no tabuleiro de xadrez turco) seria, nesse sentido, de escovar a historia a contrapelo (pag. 225), propondo uma visão histórica “do ponto de vista dos vencidos”.
Outra crítica proposta pelo filosofo alemão é sobre o progresso, visto como uma “tempestade” que tudo arruína, destrói e contribui de forma decisiva para a formação da