Resumo Teologia das Religi es
¿Es o monoteísmo una fuente de violencia?
Artigo original de: Maria Clara Bingemer
A problemática sobre a violência e o mal encontra-se, nestes últimos tempos, no centro da reflexão atual sobre a religião e o fenómeno religioso. Segundo alguns pensadores neo-ateus, na temática da religião e da violência se encontra o crescimento do fundamentalismo e do terrorismo e isso verifica-se, sobretudo, entre as religiões monoteístas: judaísmo, cristianismo e islamismo. A crítica vai também ao encontro de países em que o cristianismo histórico é a maioria e não sabem confrontar a problemática da violência ou não fazem justiça ao evangelho que afirmam professar. No fundo desta problemática, coloca-se a questão da fé e da identidade do Deus que está no centro do monoteísmo que, apesar de ter nas Sagradas Escrituras fundamentações e exortações claras e indubitáveis acerca da paz e da não-violência, os textos monoteístas não estão isentos de ambiguidades acerca da sua interpretação. O monoteísmo implica a fé num só Deus, recusando todas as outras divindades, sendo estas consideradas como ídolos sem consistências. Daqui surge uma questão: será o monoteísmo a causa de que as religiões que o professam foram geradoras de violência? Se as religiões são chamadas a dar respostas aos grandes problemas da humanidade, é evidente que o monoteísmo, devido a unicidade e transcendência de Deus, é o centro da sua fé e ocupa uma posição própria e original. Hoje, as religiões monoteístas confrontam-se com um dilema decisivo que é o de contribuir eficazmente para uma pacificação universal. Torres Queiruga afirma que a sedução que o ideal burguês exerce sobre o cristianismo moderno é fonte de verdadeira violência. São os sistemas idolátricos, hoje e sempre, tal como no Antigo e Novo Testamento, que geram a violência e a guerra e, desta forma compreende-se que a base das agressões de grupos islâmicos fundamentalistas, dentro e fora do mundo