Resumo sujeito, corpo e psicanálise
O texto se inicia colocando o problema do corpo em psicanálise em uma posição significativa na clínica e na teoria proposta e questiona se os fatos clínicos provenientes do corpo, como a histeria, não foram responsáveis pela descoberta do inconsciente por Freud. Charcot e sua ciência médica são citados como introdutores de Freud nos conceitos de histeria e hipnotismo e também para a descoberta da importância das palavras na determinação dos sintomas que seriam criados e eliminados nos pacientes. A partir daí, Freud teria tido possibilidade de conceber seu pensamento sem o vincular ao consciente, o que refletiria em sua compreensão dos efeitos somáticos da histeria e do de neurose desvinculados da doença orgânica. O caso de Breuer (1880) por sua vez é apresentado como se Anna O., através do método catártico tivesse sofrido uma afetação o corpo através da fala, demonstrando assim a presença do corpo no campo psicanalítico desde os primeiros trabalhos freudianos com o sintoma histérico. Após alguns anos, Freud acrescentou a seus estudos a existência de ideias reprimidas de natureza sexual nos sintomas histéricos, em que haveria a somatização total ou parcial a partir do mecanismo chamado por ele de conversão. Porém, teve seu maior destaque na obra “A interpretação dos sonhos”, em que apresentou o conceito de inconsciente, tema que viria na direção contrária da neuroanatomia e da neufisiologia reinantes até aquele momento. Disto, adveio a técnica de livre-associação, que traz a psique pela via da comunicação e instaura a interpretação como método insuperável na detecção do desejo oculto sob a linguagem do indivíduo. Freud passou pelas idéias predominantemente médico científicas do final do século XIX e sustentou a primazia da sexualidade na prática da psicanálise e na teoria do inconsciente, trazendo a lógica da