Resumo sobre a Teoria Queer e os Intersex
Experiências invisíveis
Os intersex fazem parte de uma das identidades associadas à invisibilidade. Recentemente o assunto foi incorporado pelas discussões sociológicas, antropológicas, pela crítica feminista e pelos estudos queer. A experiência intersex deixa evidente a restrição das identidades de gênero ao binarismo homem-mulher e a das identidades sexuais. Segundo a ISNA, intersex é uma definição usada para explicar a variedade de condições nas quais as pessoas nascem com órgãos reprodutivos e anatomias sexuais que não se encaixam na típica definição de masculino ou feminino. Mauro Cabral afirma que o conceito chave para entender a intersexualidade é a variedade, que vem das diversas etiologias que a originam. Sendo a genitália ambígua uma das ocorrências mais frequentes. Há casos em que as pessoas nascem com órgãos genitais inidentificáveis com um sexo, mas não representam aquilo considerado ideal.
É importante destacar que em poucos casos a intersexualidade causa danos à saúde. Segundo Cabral, a intersexualidade é uma condição de não conformidade física com os critérios de normalidade corporal. A estigmatização da intersexualidade ocorre por que, segundo Cheryl Case, borra a linha entre masculino e feminino. Os pacientes são traumatizados por se sentirem inaceitáveis pelo modelo médico de tratamento. Segundo Cabral, os protocolos médicos são atravessados por questões de gênero, sendo misóginos, homofóbicos e heterossexistas. Criam-se corpos femininos na maioria dos casos por ser mais fácil tanto do ponto de vista médico e do saber biológico. A atribuição do sexo é apenas a primeira parte do tratamento. Há a expectativa e o controle médico e familiar para que o gênero se desenvolva coerentemente com o sexo designado. A experiência intersex traz empasses que talvez não se resolvam. Pois, segundo Butler, a situação de paradoxo identitário que pessoas vivem é a própria condição para que elas existam. Os ativistas intersex