Resumo Senhora dos Afogados
Arquivado em: autores centrais — alfredomonte @ 11:58
Tags: blog do alfredo monte, literatura lusófona, nelson rodrigues (1912-1980), senhora dos afogados Paulo: (…)nós temos a loucura na carne, a loucura e a morte…
Misael: Um Drummond não pode amar nem a própria esposa. Desejá-la, não; ter filhos… A cama é triste para os Drummond…
D.Eduarda: Meu próprio marido me possuiu sem me acariciar… (resenha publicada originalmente em A TRIBUNA de Santos, em 21 de agosto de 2012, sem as notas de rodapé)
Pensando em como homenagear o centenário de Nelson Rodrigues (nascido em 23 de agosto de 1912), e levando em conta a multiplicidade de sua produção —romances folhetinescos, crônicas, memórias[1] —, apesar de uma certa superestimação tão ao gosto da autocentrada cultura carioca (embora ele fosse de origem pernambucana), logo percebi que seria tarefa vã dar conta de todos os aspectos.
Mesmo na área em que sua contribuição revela-se mais essencial (pois ainda é nosso maior dramaturgo), como abordar 17 peças, boa parte delas extremamente marcante, com um expressivo número de adaptações para o cinema (a maioria, horrorosa) e para a televisão? Afinal, com a sua segunda obra para o palco, Vestido de noiva (1943), ele se valeu de um experimentalismo formal que até hoje impressiona e coloca a peça entre os grandes momentos do alto modernismo (tanto que é praxe comparar seu impacto sobre o nosso teatro com o de Cidadão Kane no cinema comercial norte-americano)
E Vestido de noiva só era o início do percurso. Em uma sequência inacreditável (de 1946 a 1949), escreveu as quatro peças alucinadas e alucinantes, hoje arroladas como míticas (no segundo volume do Teatro Completo, organizado por Sábato Magaldi), que representam o lado mais radical do seu teatro: Álbum de família, Anjo negro, Senhora dos afogados e Doroteia.
A mais poética delas, possivelmente a sua obra-prima suprema, Senhora dos afogados, também é a mais