Resumo seminário
Tema 1 – Gerir o Currículo de Forma Reflexiva
Actividade 2 – Diário de aula
Introdução
Ao longo do debate reflexivo foi notório o desconhecimento geral da aplicação do diário no contexto escolar. Depois de vislumbrar mais uma nova ferramenta de natureza auto-reflexiva e crítica ao desempenho do professor em sala de aula surge, naturalmente, a desconfiança da sua aplicabilidade e eficácia. Este sentimento de dúvida torna-se evidente ao analisarmos as perguntas colocadas no debate reflexivo, que de seguida iremos sintetizar.
Reflexão
Uma das questões mais debatidas foi se a escrita é uma condição necessária à reflexão. Tal como referenciado por Zabalza (1994), “o próprio acto de escrever constitui uma reflexão, no sentido em que, ao relatar a sua experiência recente, o professor constrói-a linguisticamente bem como a reconstrói ao nível do discurso prático e da actividade profissional”. Assim sendo, e caracterizado como documento intimista e reflexivo, o diário é inquestionavelmente uma ferramenta que nos leva ao acto de reflectir sobre factores relevantes decorridos na sala de aula. Enquanto a memória, com o tempo, distorce a percepção dos momentos vividos, a simples escrita imortaliza os mesmos com todos os sentimentos associados. No entanto, o momento escolhido para redigir o diário é de suma importância, podendo alterar a visão da realidade dos factos se o mesmo for escrito quando factores emocionais ainda estão bem presentes. Por outro lado, se o diário promove o interesse e empenho pela prática da escrita, a verdade é que, nesta era tecnológica, outras formas de registo, visual ou auditivo, poderão ser soluções pertinentes para desenvolver o acto de reflectir os comportamentos ocorridos em sala de aula.
Esta primeira questão levou a discutir se o diário é um objecto de estudo válido numa perspectiva ecológica. De acordo com Bogdan & Biklen “…os diários de professores que registam, em pormenor,