Resumo RITA E PAULO CESAR
Avaliação neuropsicológica na dependência química: crack Suely Laitano da Silva Nassífe Paulo Henrique Ferreira Bertolucci
Foram avaliados 62 usuários de cocaína, de serviço público de atendimento especializado, divididos em dois grupos de usuários: grupo de cocaína (via intranasal) e grupo de crack (uso misto, inalada e fumada) com abstinência mínima de um dia. Excluídos usuários de cocaína injetável, dependentes de outras substancias, portadores de transtornos psiquiátricos do Eixo I, trauma craniencefálico, ou quaisquer outras desordens médicas maiores. O resultado da avaliação neuropsicológica sugere características peculiares a cada um dos grupos. Ressaltando-se a importância do estudo intragrupo para o delineamento do perfil cognitivo desses usuários que pode ser de grande valia para os processos de reabilitação e acompanhamento. Descritores: cocaína, crack, neuropsicologia, testes neuropsicológicos, cognição; testes psicológicos. Entretanto, a partir do final da década de 70, tem sido demonstrado que seu uso crónico leva ao desenvolvimento de uma adaptação neurofisiológica importante (ELLINWOOD.1989; TIEPPO, 2003). Crack é o nome vulgar da cocaína obtida a partir do cloridrato de cocaína, convertida em cristais que, desse modo, pode ser fumada. Avaliação neuropsicológica na dependência química: crack 109 A cocaína é um forte estimulante do sistema nervoso central por dificultar o processo de absorção da dopamina, mensageiro químico relacionado ao prazer. Na presença de cocaína que atua como bloqueadores de recaptação sináptica, aumentam-se os níveis de dopamina na fenda e, consequentemente, eleva-se a estimulação que, por sua vez, levará à depleção dos níveis desse neurotransmissor no sistema (VOLKOW et a!., 1992). A duração dos efeitos eufóricos imediatos da cocaína inclui alta estimulação, redução da fadiga e clareza mental, dependendo da forma de administração. O aumento do uso da cocaína pode reduzir o período de estímulo. As principais formas