Resumo Psicologia - Uma (nova) introdução
A experiência da subjetividade privatizada
Para que exista um interesse em conhecer cientificamente o “psicológico” são necessárias duas condições:
a) Uma experiência muito clara da subjetividade privatizada;
b) A experiência da crise dessa subjetividade. Ter uma experiência da subjetividade privatizada bem nítida é para nós muito fácil e natural: todos sentem que parte de suas experiências é intima, que mais ninguém tem acesso a ela, que aquilo que estamos vivendo nunca foi vivido antes por mais ninguém, de que a nossa vida é única, de que o que sentimos e pensamos é totalmente original e quase incomunicável. Pois bem, historiadores e antropólogos com suas pesquisas mostram que essas formas de pensarmos e sentirmos nossa própria existência não são universais. Essa experiência de sermos sujeitos capazes de decisões, sentimentos e emoções privados só se desenvolve, se aprofunda e se difunde amplamente numa sociedade com determinadas características:
a) Situações de crise social, quando uma tradição cultural (valores, normas e costumes) é contestada e surgem novas formas de vida, pois se veem obrigados a tomar decisões para as quais não conseguem apoio na sociedade.
b) Quando há uma desagregação das velhas tradições e uma proliferação de novas alternativas, onde cada homem se vê obrigado a recorrer com maior constância ao seu “foro íntimo”- aos seus sentimentos, aos seus critérios do que é certo e do que é errado.
c) Perda de referências coletivas, como a religião, a “raça”, o “povo”, a família, ou uma lei confiável, no qual obriga o homem a construir referências internas. Nessas situações, o homem descobre que é capaz de tomar suas próprias decisões e que é responsável por elas. A consequência desses contextos é o desenvolvimento da reflexão moral e do sentido da tragédia.
Constituição e desdobramentos da noção de subjetividade na Modernidade
Podemos dizer que o sujeito moderno teria se constituído