Resumo psicologia cognitiva
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A Terapia Cognitiva emerge da busca de Aaron T. Beck por evidências empíricas de proposições psicodinâmicas relativas aos quadros depressivos. A não validação empírica dessas proposições e o surgimento de evidências que contrariavam as proposições em questão, serviram como pontos de partida para a edificação do modelo denominado Terapia Cognitiva. Este modelo propõe a cognição como o elemento central na determinação do comportamento e da vivência emocional do indivíduo, submetendo assim todos os sistemas psicológicos – atenção, memória, percepção, comportamento, emoção - prioritariamente à sua influência. Nas palavras de Beck (2000,pg.23), cognição é definida como aquela função que envolve deduções sobre nossas experiências e sobre a ocorrência e o controle de eventos futuros... a cognição inclui o processo de identificar e prever relações complexas entre eventos, de modo a facilitar a adaptação a ambientes passíveis de mudanças. Desta forma a teoria da Terapia Cognitiva apresenta-se como uma teoria formal acerca da influência que teorias pessoais – as cognições automáticas do indivíduo – exercem sobre seus sistemas psicológicos. Podendo assim ser entendida como uma teoria de teorias.
Ao subordinar os diversos sistemas psicológicos à influência das cognições, a terapia cognitiva eleva a cognição ao estatus de lócus determinante da adaptação psicológica e consequentemente atribui àquelas cognições distorcidas o papel de causador e mantenedor dos diversos distúrbios psicológicos.
Ao termos as cognições distorcidas como o elemento comum a todos os quadros de distúrbios psicológicos, a correção destas passa a ser entendida como o caminho para promoção da remissão dos sintomas psicopatológicos. Qualquer teoria, seja ela científica, filosófica, teológica ou de senso comum, deriva suas proposições de pressupostos tomados como válidos ‘a priori’. Ou seja, suas proposições se sustentam em postulados com os quais os adeptos daquele corpo teórico devem