Resumo Primeira Parte Do Resumo Do Livro História Da Política Exterior Do Brasil
É fato que o pensamento brasileiro de relações internacionais conhece já há mais de duas décadas uma renovação que não encontra paralelos em outras áreas das ciências sociais, tocado de perto pela importância crescente do Brasil no cenário internacional mas, especialmente, arejado pelo dinamismo de uma produção científico-acadêmica que mostrou-se muito mais pujante do que a criação de programas de formação de recursos humanos para a área. Com efeito, ao longo desse período, a existência de duas únicas experiências de capacitação de quadros para a pesquisa e para o ensino (na forma dos programas de pós-graduação da Universidade de Brasília e da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), poderia indicar que a reflexão especializada continuaria sendo por bom tempo ainda negócio entregue a diplomatas ociosos, a acadêmicos deslocados e a militares dedicados. Nesse sentido, não há dúvidas de que tal dinamismo é fruto especialmente da realização de visões estratégicas que se adiantaram ao surgimento de uma demanda que não era tão facilmente percebida, e que somente ganhou formas complexas no adiantar dos anos noventa.
Esse foi o caso da área de história das relações internacionais no Brasil, que tem o seu mais importante centro na Universidade de Brasília, cujos pesquisadores dedicaram-se longamente a consolidar as bases de um pensamento autenticamente nacional e, especialmente, de implementar uma completa revolução teórica e conceitual que permitisse o abandono das visões oficialistas e laudatórias da desusada História Diplomática e avançasse para explicar os desafios históricos da inserção internacional do país e as razões da dependência e das parcas margens de autonomia de que padecem não apenas o Brasil, mas todos os países da América Latina. Durante