Resumo possibilidade de mediação entre a teoria marxista e o trabalho do assistente social
O processo de trabalho e alienação em Marx e a abordagem do Serviço Social como trabalho.
Géssica Andreola Samuel[1]
Segundo Marx, são três os elementos que compõe o processo de trabalho. Primeiro: o próprio trabalho, o segundo o objeto do trabalho e o terceiro os meios de trabalho. Ele ainda diz que toda matéria prima é objeto de trabalho, mas nem todo objeto é matéria-prima.
O meio de trabalho é um conjunto de coisas que o trabalhador insere entre si mesmo e o objeto de trabalho, desde a pedra e a lança, nas comunidades primitivas, aos equipamentos de informática na sociedade contemporânea. O processo de trabalho tem por finalidade a criação de valores-de-uso para o atendimento das necessidades humanas.
Marx esclarece que quando o processo de trabalho ocorre como processo de consumo da força de trabalho pelo capitalista, apresenta aspectos de alienação do trabalhador, que já não se reconhece mais como fruto do seu trabalho, ou seja, o produto produzido, e passa a ser apenas um fardo.
Decorrente dessa alienação do trabalhador vem a coisificação das coisas ou do sujeito, que nada mais é que uma forma de fetichismo (a aparência não a essência da coisa ou do sujeito) que significa tratar o homem ou suas objetivações como mercadoria.
Alienar-se em síntese, é não se reconhecer naquilo que se produz, é não mais se identificar com os produtos do seu trabalho então o trabalho reificado assume um poder e passa a dominar seu produtor.
A Abordagem do Serviço Social como processo de trabalho
A partir da década de 80 iniciou-se o processo de análise do Serviço Social, onde se falava em especializar o trabalho do Assistente Social para lidar com o processo de produção e reprodução das relações sociais. A abordagem do Serviço Social como trabalho foi reafirmada pela ABEPSS, a partir do processo de revisão curricular do ensino de graduação em Serviço Social no País, que rendeu na formulação de uma