resumo para congresso
Autor: José Fernando Queiroz
Universidade: Universidade Federal de São Paulo / NEPAM - Unicamp.
Agência Financiadora: CAPES
Grupo de Trabalho: 3-Conflitos Sociais, Instituições e Política.
Quando o termo ONG é mencionado, ideias como a liberalização do Estado e suas consequências carregam com frequência a noção de que estas Associações Civis estão ocupando funções estatais. De fato, pesquisas já comprovaram que ONGs assumiram papéis importantes no fornecimento de serviços públicos. Entretanto, esta constatação não explica os efeitos que a articulação entre ONGs e Associações de moradores trazem em termos de uma possível redistribuição de capital social, e de alterações do habitus dos moradores que participaram de projetos sociais.
Até o momento, os dados coletados indicam que as articulações entre Associações Civis (basicamente Associações de Moradores e ONGs) podem contribuir para a redistribuição ou para o compartilhamento do capital social que os representantes dessas Associações possuem. Além disso, apontam para uma possível modificação do habitus como uma das consequências dos projetos sociais realizados por uma rede de parcerias entre Associações Civis.
Visto que estas hipóteses possuem como eixo norteador as problemáticas ambientais, iniciamos uma pesquisa de campo na região norte da cidade de Ubatuba, por essa possuir um histórico de parcerias e conflitos envolvendo diferentes agentes em torno de questões socioambientais, tais como o uso sustentável de recursos e a permanência de populações tradicionais no interior de uma reserva como a do Parque Estadual da Serra do Mar.
Como orientação analítica utilizamos os conceitos de capital social e de habitus de Pierre Bourdieu, que, somados ao uso de sociogramas e da técnica snowball, permitem-nos compreender a dinâmica das parcerias entre os agentes e a circulação de capital social concomitante e, para entender a