Resumo neto
Ditadura e Serviço Social - Uma análise do serviço Social no Brasil pós-64 de José Paulo Neto.
São Paulo: Cortez, 2001.
Este texto é baseado no livro de José Paulo Neto Ditadura e Serviço Social, e analisa a conjuntura brasileira no período da ditadura militar e particularmente sua repercussão no Serviço Social, quando ao alterar as demandas postas à profissão, provocou a diferenciação e redefinição profissional sem procedentes, redimensionou a reprodução da profissão (formação profissional) e, de certa forma, levou a renovação do Serviço Social. A contextualização do Serviço Social no processo histórico brasileiro inicia por uma breve revisão sobre sua institucionalização e consolidação, que se vincula à criação e ao desenvolvimento das grandes instituições assistenciais, estatais, paraestatais e autárquicas a partir de 1940.
O contexto brasileiro e o Serviço Social de 1930 a 1964
O período situado entre 1930-1945, caracteriza-se pela supremacia da burguesia industrial aliada aos grandes proprietários rurais, a centralização do poder no Estado, o crescimento do proletariado urbano, em face do modelo urbano-industrial e da capitalização da agricultura, e conseqüente liberação de fluxos populacionais. Neste contexto, o Estado defronta-se com as demandas de absorver e controlar os setores urbanos emergentes e buscar legitimação política. Adota a política de massa, incorporando parte das reivindicações populares, mas controlando a autonomia dos movimentos reivindicatórios, através de canais institucionais. São instituídas ações normativas e assistenciais como mecanismo de esvaziamento e de controle do potencial de mobilização dos trabalhadores urbanos e com vistas ao rebaixamento dos níveis salariais. As grandes instituições assistenciais e previdenciárias Surgem buscando responder as pressões dos setores urbanos em