Resumo: melanie klein – estilo e pensamento (elisa m. de ulhoa cintra e luís cláudio figueiredo)
(Elisa M. de Ulhoa Cintra e Luís Cláudio Figueiredo)
Melanie Klein é considerada uma das maiores psicanalistas da história, “a mais audaciosa da psicanálise moderna”, muito criativa e original. Porém seus conceitos por muitas vezes são considerados imprecisos e até mesmo contraditórios, causando em seus leitores tanto reações de encantamento, como de repulsa.
Nos textos lidos, Melanie Klein nos é apresentada como uma seguidora de Freud (leitora acurada) e dominada por seu entusiasmo. Baseada nos dilemas de suas observações clínicas ela desenvolveu seu pensamento e seu estilo próprio. Com grande capacidade de tornar concreto o modo do funcionamento psíquico que ela teorizava, Klein aprofundou-se na problemática das condições em que nossas ansiedades podem, ou não, serem simbolizadas.
O pensamento kleniano tornou-se fundamental para o movimento psicanalítico e transformou-se em uma fonte reconhecida e valorizada de idéias, propostas terapêuticas e de técnicas para todo o campo da psicanálise contemporânea. Para Klein, segundo os autores, a psicanálise é considerada um processo de superação e libertação da forma infantil de amar, assim, a personalidade adulta para agir de forma amadurecida, não pode estar dominada pelo modo infantil de funcionamento, mas deve conter a experiência do modo infantil de amar.
Seu estilo e pensamento provocaram estranheza na comunidade psicanalítica, especialmente na americana e na francesa. Sem formação acadêmica, ela sempre valorizou a importância da observação e do contato direto com o paciente. Klein iniciou sua obra a partir de “observações analíticas” do próprio filho Erich, ou seja, com um caráter mais informal, utilizando assim os instrumentos que dispunha para trabalhar: o interesse pela psicanálise, a grande capacidade de leitura da obra de Freud e o desejo de oferecer a si mesma e aos pacientes algum tipo de compreensão e de insight que pudesse diminuir o sofrimento psíquico e