Resumo max veber
Goethe
O preconceito, materializado em diferentes formas de discriminação, é uma realidade objetiva para amplos segmentos de homens e mulheres. Isso porque as diferenças no jeito de ser e viver têm significado uma arena fértil para a manifestação de múltiplas modalidades de opressão. Raça, etnia, gênero, orientação sexual e muitos outros itens compõem a agenda de questões que, historicamente, estão no alvo da intolerância, da não aceitação da diferença.
As questões que provocam preconceito precisam ser problematizadas e desmistificadas, porque o preconceito, enquanto algo que dizima o humano, destitui os indivíduos sociais de sua autonomia e liberdade. Nestes termos, o debate em torno do preconceito favorece à argumentação e à reflexão crítica sobre a vida cotidiana, espaço-tempo no qual se materializam as expressões de discriminação e opressão.
De saída, uma questão premente: em que medida este tema interessa ao Serviço Social?
Com o Código de 1993, abre-se um campo de possibilidades para o entendimento e desnaturalização do preconceito. Neste sentido, o objetivo deste artigo é fornecer elementos para a crítica do preconceito, fortalecendo, desse modo, tal discussão no âmbito do Projeto Ético-Político do Serviço Social (PEPSS). Situaremos, brevemente, a trajetória de construção do PEPSS a partir dos anos 80, contextualizando os códigos de ética de 1986 e 1993, para, estabelecer uma relação entre a dimensão ética e a necessidade de superação dos preconceitos.
1. Contextualizando o Código de Ética Profissional de 1993: um olhar sob as lentes do Projeto Ético-Político do Serviço Social O novo Projeto Ético-Político do Serviço Social começou a ser gestado na conjuntura de transição da década de 1970 à de 1980, momento em que a realidade objetiva sinalizava a necessidade de mudanças no arcabouço teórico-metodológico do Serviço Social. É o que Netto (1998) sintetizou