Resumo: Maurice Dobb - A Evolução do Capitalismo (Caps. I e II)

No início de seu estudo, Dobb aponta para as definições de “Capitalismo” sob diferentes óticas; onde aponta conceitos de fontes como a da Escola Austríaca (na qual o sistema se resume, basicamente, ao conceito de “lasses-faire”), a de Max Weber/Sombart (na qual o capitalismo se encontra no desenvolvimento do seu “espírito” específico; um modo de agir e pensar racional e sistemático em relação à produção, ao trabalho e às próprias relações interpessoais) e a de Karl Marx, fonte da qual o autor do texto mais se aproxima, e pode ser resumido, em linhas gerais, por dizer que o capitalismo não é apenas um sistema de produção para o mercado, pois vai além, é um sistema no qual o próprio trabalho acaba por ser transformado numa mercadoria. O que garante tal afirmação é o fato de existir uma classe dominante (ou a coalizão de algumas), que detém a propriedade dos meios de produção, e de outra classe (trabalhadora, proletária) já “divorciada” de tal propriedade e que é condicionada à venda de sua própria força de trabalho. Na segunda parte do primeiro capítulo, Maurice Dobb busca reforçar sua tese ao definir como sendo fundamental traço do capitalismo o sistema salarial, que nada mais é do que a conclusão do processo de transição do modo de exploração (por parte da classe dominante) do excedente de trabalho gerado por outrém. A transição do modo de exploração, de fato, não é especial e única ao sistema capitalista, pois a própria história mostra uma sucessão de relações em que há exploração por parte das classes dominantes em diferentes momentos. A continuação do estudo se dá no sentido de traçar o processo evolutivo do capitalismo ao longo da história. Já essa parte, o autor confere destaque ao surgimento de uma classe “puramente mercantil”, com a função intermediária entre produtor e consumidor, e em seguida à penetração do capital (por volta do século XVII na Inglaterra) na produção, de modo a extrair a autonomia do produtor artesanal na altura. Também no