Resumo Livro
Esta objeção, em parte, tem sua razão de ser: sem dúvida, o capital sempre favoreceu o desenvolvimento das artes, e a arquitetura não faz exceção.
Por certo é mais fácil criar um código ou falar à perfeição uma certa língua quando o "cliente" tem todo o dinheiro necessário a tais exerckios. Dinheiro e tempo: uma catedral gótica é assunto de gerações. Tudo isto é fato. No entanto, a história da arquitetura não se limita às catedrais ou aos palácios - ou pelo menos nã~ deveria se limitar, embora montanhas e montanhas de volumes sobre história da arquitetura repitam sempre, incansavelmente,
E não o foram apenns para as grandes famílias, para os doges e papas: o povo era e é seu grande usuário. E uma linguagem está presente nessas obras, uma linguagem urbanística onde o fechado e o aberto se completam, e o previsível cOm o inesperado, o protegido e o exposto, o privado e o comum, o geométrico e o orgânico, em suma: a unidade e a variedade. Essa é uma linguagem completa, onde o indivíduo faz parte da cidade e a cidade, parte fundamental do indivíduo. O homem vive na cidade e da cidade, e a cidade não deixa de viver do homem. Recentemente falaram mais uma vez, absurdo risível não fosse trágico, em transformar Veneza numa espécie de museu a ser visitado: custou convencer tais "planejadores" que sem os habitantes
"normais" da cidade, Veneza se transformaria num simples amontoado de pedras que morreria rapidamente como qualquer ser vivo.
Uma linguagem arquitetural não é portanto privilégio das grandes obras ou dos grandes nomes: na verdade mesmo, ela é ainda mais rica quando se manifesta nas obras que passam