resumo livro o grande jogo

PRÓLOGO

A maca que transportava Elliott Goodman percorria o corredor do Hospital Geral de Boston com uma velocidade semelhante a da Maserati de Juan-Manuel Fangio. Elliott experienciava uma panóplia dos sintomas clássicos: náusea, sudorese e uma dor massacrante no peito que irradiava para mandíbula e o braço esquerdo, tudo isso acompanhado de desorientação, medo e pânico. Não era necessário um neurologista para determinar sua condição. O próprio Elliott já havia imaginado o diagnostico instantâneo e correto. Enfarte e dos grandes.
Elliott Goodman, marido, pai de dois filhos, golfista e professor de literatura comparada de Harvard, acaba de completar cinquenta anos, Elliott sabia estar em péssimo estado, sua mente agarrava-se a qualquer destroço em um oceano de medo.
- Por que eu, Deus? Por que eu?
Elliott detestava a ideia de desistir.
- Oh, Deus, não estou pronto. Ainda não, quero viver!
A força de sua suplica interna abriu-lhe os olhos.
- E por que eu faria isso? – uma voz respondeu lá de cima.
- Quem é? – Elliott perguntou. – É o senhor, doutor?
Havia a sombria sala de cirurgia, o cirurgião e os assistentes formavam uma sombra fantasmagórica e emergida da penumbra, uma forma imponente flutuava sobre todos eles, como se estivesse suspensa no teto.
- Por que eu lhe devolveria a vida?
- Estou falando com...?
- Você é...? Não pode ser...
- Pode, sim. Sou eu. O Todo-Poderoso.
- Deus? É você? – Elliott, perguntou incrédulo.
- O único – Deus respondeu. – Então, por que deveria salva-lo, Elliott Goodman?
Elliott não acreditava naquela conversa. Estava à beira da morte, talvez prestes a dor o último suspiro, seu peito pronto para ser aberto, e papeava com o Criador! Já que sua vida estava em jogo, tinha de dar uma resposta, uma resposta muito boa que justificasse sua existência plena no planeta.
- Na verdade, não sei por quê. Ainda estou pensando, ainda estou confuso em relação a quem sou e o que fiz com minha vida e ao que