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RESUMO
A relação simbiótica entre cultura e linguagem (Carissini da Maia, I, Editorial Universitária)
1-Reflexões teóricas acerca da relação entre a cultura e a linguagem
Lotman diz que linguagem e cultura são inseparáveis, e impossível a existência de uma linguagem que não esteja imerso no contexto de uma cultura, nem de uma cultura sem linguagem.
Há interdependência entre a linguagem e a cultura, pois a cultura organiza estruturalmente o mundo que gira em torno ao homem, e essa capacidade de estruturar e organizar da cultura se dá pela essência sígnica. Para tanto no centro de cada cultura obra a linguagem, como fonte poderosa de estruturação e ambas constituem um todo complexo.
Cultura mais linguagem são geradores de estruturas e com isso geram ao redor do homem uma esfera social, “que como a biosfera, faz possível a vida, não orgânica, mas social”.(Lotman)
Uma cultura ou uma realidade social é um edifício de significados, uma construção semiótica feita por sujeitos. Cada grão de areia, cada tijolo equivale a um signo que tem uma existência e um sentido na estrutura social, cujo conjunto total conforma os sistemas de representações semióticos que constituem a biosfera social.
Portanto, desde a perspectiva da semiótica concebe-se a cultura como um mecanismo sígnico complexamente organizado que assegura a existência de tal ou qual grupo de seres humanos como pessoa coletiva, possuidora de um intelecto supra pessoal comum, de uma memória comum, de uma unidade de conduta, unidade de modelização para si do mundo circundante e unidade de atitude perante esse mundo. (Lotman)
Desde uma perspectiva antropológica, a cultura é a forma própria de ser, fazer, pensar, viver e sentir de uma sociedade, desde o mais elementar, até chegar a manifestações mais complexas referidas a instituições sociais, a organização da família, tipo de governo, rituais religiosos e cívicos, em fim, leis e normas que determinam a convivência, as atitudes em relação às diferentes ideias e