Resumo jesuitas
A bibliografia tradicional aborda a atuação dos jesuítas em uma vertente positiva, destacando o jesuitismo civilizador: vai da década de 30, com a obra do padre Serafim Leite, até a de 60, englobando os que seguem esse historiador oficial da Companhia de Jesus, como Fernando de Azevedo, e os autores que se apóiam em ambos, inclusive a volumosa produção que apareceu por ocasião do IV Centenário de São Paulo nos anos 50. A bibliografia das décadas de 70 e 80 tem uma vertente mais crítica e negativa, mostrando . Outros vieram de diferentes campos do conhecimento, em particular das ciências sociaiso jesuitismo, guerreiro. O primeiro conceito é o de “cristandade”, ou orbis christianus, usado por José Maria de Paiva e Luiz Koshiba .A atuação dos jesuítas no século XVI deve ser olhada também à luz do conceito, de “missão”, trabalhado por Baêta Neves e Hoornaert. Os jesuítas que faziam a defesa dos nativos diante dos interesses predatórios dos colonos, e eram por isso muito influentes no "mundo dos indígenas", ficam desarticulados perante o tráfico negreiro e o africano que já chega escravizado; perdem sua posição de liderança e deixam de ser influentes no "mundo dos engenhos", no qual se tornam mais um dos colonos proprietários de escravos. Nesse sentido os jesuítas também foram colonizados (e não somente colonizadores). Ao reexaminar as etapas do processo de encontro entre as duas diacronias, vimos que este passa pela atuação dos jesuítas como socializa dores e educadores da população. Portanto o tema deve ser recolocado também à História da Educação.
Os jesuítas querem tornar o outro, o não-cristão – seja indígena, seja infiel ou herege –, em cristão, para tornar os homens o mais possível iguais. Dai as práticas do jesuíta missionário e catequista de:
- discurso "universalista", na expressão de Hoornaert, discurso que desconhece fronteiras, o Outro, discurso que é invasivo, violento,