Resumo - Indústria Cultural (Adorno)
No cinema, o aperfeiçoamento das técnicas de produção, como no caso da introdução do filme sonoro, ajudou a construir a ilusão de que não há fronteiras entre o filme e a vida cotidiana: “ultrapassando de longe o teatro de ilusões, o filme não deixa mais à fantasia e ao pensamento dos espectadores nenhuma dimensão na qual estes possam, sem perder o fio, passear e divagar no quadro da obra fílmica permanecendo, no entanto, livres do controle de seus dados exatos, e é assim precisamente que o filme adestra o espectador entregue a ele para se identificar imediatamente com a realidade” (p. 104).
Deste modo, o papel do espectador-consumidor exige presteza, observação, conhecimentos específicos mas, ao mesmo tempo, a velocidade dos fatos proíbe a atividade intelectual durante o filme. Este esforço para acompanhar a velocidade dos fatos, no entanto, está profundamente inculcado e não precisa ser atualizado a cada filme. Ou seja, o olhar do espectador está “adestrado” para entender aquela linguagem: “Os outros filmes e produtos culturais que deve obrigatoriamente conhecer tornaram-no tão familiarizado com os desempenhos exigidos da atenção, que estes têm lugar automaticamente. A violência