Resumo - "Homens, Engenharias e Rumos Sociais"

HOMENS, ENGENHARIAS E RUMOS SOCIAIS Gilberto Freyre, autor do livro ‘Homens, Engenharias e Rumos Sociais’, possuía uma indagação a respeito da formação do engenheiro – “afinal, o que ele faz?”. A partir de sua dúvida, o polímata começou a tecer seus apanhados sobre o que viria a ser, de fato, a Engenharia, a maneira como a tal poderia ser executada para que houvesse uma maior compreensão acerca de questões de cunho ocupacional e habitacional nas matas do Brasil, destacando a Floresta Amazônica. Ficou nessa discussão até o término de sua vida, no ano de 1987, tendo arquitetado três novos conceitos para a Engenharia, separando-a em um tripé: seriam as Engenharias Física, Social e Humana.

A Engenharia Física seria aquela justamente relacionada à criação/construção de infraestruturas, coisas técnicas; a Engenharia Social rege o planejamento da ação, qual seria o foco de determinada edificação; e a Engenharia Humana tem a ver com a interação entre o humano e a tecnologia. Genericamente, a Engenharia em si poderia ser tratada como todo tipo de procedimento de manipulação de algo (podendo ser até mesmo qualquer parte do corpo humano passível de outro tipo de controle) por meio de máquinas. As três vertentes teriam ainda uma ordem já pré-estabelecida: primeiro viria a Social – por conta da questão do planejamento –, seguiria para a Humana – com a avaliação acerca da interação homem-máquina – e chegaria até a Física – redirecionando os esforços das outras duas para a construção da edificação proposta.

Freyre procurou ainda orientar as vertentes da tecnologia e seus embates, relacionando a interdependência entre o alicerce físico e tecnológico de uma nação, a sociedade no geral e também cada um de seus indivíduos, mostrando que, por mais que a Engenharia pudesse ser separada em três, todas suas análises deveriam ser direcionadas para uma junção entre elas. A Engenharia como curso era tratada apenas como uma “ciência exata”, mas Gilberto tentava destacar que seria