Resumo Freud e Ética
A dimensão do inconsciente é central na ética da psicanálise e ausente na ética filosófica. Considerando-se o inconsciente e o fato de que a psicanálise não está centrada numa ética do bem, o sujeito freudiano não está impedido de ser ético. O que a teoria do inconsciente nos indica é que a ação humana possui um sentido oculto, onde entra em jogo, na implicação ética, a relação do desejo com o bem, através de princípios norteadores, que são coercitivos.
Freud busca demonstrar a impossibilidade de erradicar o Mal porque os impulsos considerados negativos são de natureza primitiva. Mas, em momento algum, afirma que o homem deve viver de acordo com suas paixões, apenas buscar equilibrar e conciliar o id com o super ego, ou seja, o ser humano deve tentar equilibrar a paixão e a razão.
Hoje, em uma era em que cada vez mais se fala de globalização, se aposta no individualismo, no consumo, na rapidez de produção. E ser feliz é dominar o progresso técnico e científico, ser feliz é ter. Não há mais espaço para uma ética voltada para uma comunidade.
Concepções sobre o Sujeito Ético
Embora a noção de uma maldade original e predominante no ser humano permeie toda a sua obra, suas concepções sobre a origem do sujeito ético, ou seja, o que faz com que o indivíduo escolha o "bem" ao invés do "mal", são diferentes em seus diversos trabalhos.
- Idéia de que a civilização é construída sobre a renúncia às pulsões, levando o indivíduo à neurose. Essas renúncias seriam vividas como privações e constituiriam o âmago da hostilidade natural do homem. A agressividade é internalizada sob a forma de