Resumo Fiat
Sobras de indústrias de autopeças foram despejadas irregularmente no interior de Minas Gerais
Fornecedor da Fiat despeja lixo em sítios.
Fornecedores da montadora Fiat usaram durante dois anos áreas da zona rural de uma cidade do interior de Minas Gerais para esconder lixo industrial.
Laudos ambientais mostram que 1.500 toneladas de sobras de materiais usados na fabricação de peças para carros foram desovadas ilegalmente em sítios de Formiga (208 km de Belo Horizonte).
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) considera este o mais grave desastre ambiental do país desde janeiro, quando 1.200 toneladas de óleo vazaram de dutos da Petrobrás no Rio. O lixo jogado em voçorocas (erosões gigantescas) de Formiga é composto por fibras de vidro, espuma, cola e ligas metálicas.
Segundo os técnicos de meio ambiente, o material não provoca um efeito tóxico imediato, mas, com o tempo, contamina o solo e os lençóis freáticos. Parte do lixo foi despejada próximo ao rio Formiga, que abastece a cidade de 60 mil habitantes.
Dados da Feam (Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais) mostram que os índices de chumbo e de alumínio no rio cresceram no último ano. Ainda não existem evidências para relacionar o aumento dos índices ao lixão ilegal.
As três fornecedoras da Fiat (Formitap, Interni e Standart) foram multadas em R$ 250 mil, mas a punição final pode passar de R$ 1 milhão. Elas são fornecedoras de revestimento de portas, pisos e tetos de carros da Fiat.
O Ibama irá pedir a cassação do selo de qualidade ambiental da Fiat, uma das poucas indústrias e a única montadora do país com certificado assegurando que a fabricação de seus produtos respeita todas as normas ambientais.
O promotor de Justiça de Formiga Lindolfo Barbosa Lima denunciou criminalmente os diretores da Formitap, Interni e Fiat.
Nos processos do Ibama e da Feam, apenas as fornecedoras são acusadas. O promotor Barbosa Lima afirma haver indícios de que a