Resumo Etnocentrismo

Matheus Güntzel de Moura e Silva
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Educação das relações étnico-raciais
Resumo do livro: “O que é etnocentrismo”

1 PENSANDO EM PARTIR

Etnocentrismo inicialmente é caracterizado pelo estranhamento do outro, por colocar a nós mesmo, nossa cultura e nossos valores no centro das concepções e manter um certo distanciamento daquilo que se afasta das nossas noções corriqueiras. A questão central da análise é tentar entender porque ocorrem essas “distorções” nesse movimento de “olhar para o outro”, distorções estas que se evidenciam pela tomada de posição que coloca o outro como atrasado, primitivo, inadequado, e o “nós” como aqueles que estão no rumo certo, a ordem e a civilidade por um lado, e o primitivo por outro, este é um mecanismo de reforço da nossa identidade cultural.
O etnocentrismo de dá de forma multilateral, o texto exemplifica isso, mas a ideia é que o grupo do “eu” enxerga o outro alheio a si mesmo, e o grupo do “outro” enxerga a nós também como alheios a eles, traduzindo assim as noções que recebem reciprocamente, através dos conceitos de sua própria cultura, e essa tradução de noções pode se dar de maneira “cordial” como base para uma reflexão, ou de maneira violenta, o que geraria os ditos etnocídios. Além disso o outro é aquele sem voz, aquele sobre o qual nós falamos e nunca o que enuncia a si mesmo. Um grande disseminador dessa visão etnocêntrica no Brasil sobre os povos indígenas são os livros didáticos, os quais atingem praticamente todos nós, que passamos por esse processo em nossa formação escolar.
O etnocentrismo se dá também sobre aqueles com os quais convivemos no nosso dia a dia, os “outros”, ou como hoje dizemos, as “minorias” também são fruto de visões estereotipadas, de indivíduos que parecem se afastar de um ideal de progresso pré-estabelecido.
Em oposição ao etnocentrismo está a relativização, que nos permitiria olhar o outro e tentar entender suas particularidades em si mesmas, e tentar nos