Resumo do texto: O aparelho formal da enunciação.
Quando falamos no emprego da língua, estamos nos referindo a um sujeito que se apropria da língua e esta língua é colocada em funcionamento, ou seja, cria a enunciação. Para o autor, enunciação é o ato de falar para o “tu”.
O interessante é a língua em funcionamento, o emprego desta no enunciado tem que produzir sentido. Desta forma a enunciação é colocar em funcionamento a língua por um ato individual de utilização, momento em que o “eu” se apropria da língua para referir ao “tu”. Então enunciação nada mais é do que o processo de colocar a língua em funcionamento.
Antes da enunciação a língua é possibilidade de língua, depois da enunciação a língua é posta nas instâncias do discurso, isso necessita de um “eu” (locutor) e um “tu” (interlocutor) que por sua vez ouve e possibilita um retorno enunciativo. Há um processo de apropriação do aparelho formal de uma língua para enunciar sua posição, é na relação com a língua que vai se estabelecer as categorias (eu, tu, aqui e agora).
Todo “eu” implanta o “tu”. É pela enunciação que podemos ver esta relação com o mundo. Assim, a partir do “eu”, “tu” e “ele” vai se constituir essa relação de parâmetro, a partir do “eu” é que vai se constituir o “tu”, o “ele”, sendo este último referente a relação de quem se está falando.
Assim, em vista dos fatos postos pelo autor podemos perceber que o “eu” é o sujeito, o “tu” é o não sujeito e o “ele” é o não pessoa. O “eu e o “ele” são categorias de linguagem, pois só vão se constituir na enunciação, então a enunciação é sempre algo novo, pois sempre está em um outro tempo, o que foi enunciado fica no passado.