Resumo do texto: “a obra de arte na época de suas técnicas de reprodução”, de walter benjamin
Da cunhagem de moedas a litografia, a reprodução das chamadas “obras de arte” sempre esteve presente na história humana. Em um processo progressivo com saltos de evolução as técnicas de reprodução se desenvolveram até o ponto que a mão foi suplantada pelos olhos: a fotografia e as artes cinematográficas. Mesmo que essas novas técnicas permitem uma quase perfeita reprodução falta algo, o hic et nunc, nuances da obra autentica, características únicas. Isso é resumido no conceito de aura, na época das técnicas de reprodução, o que é atingido na obra de arte é a sua aura. Com a ascensão da fotografia, o valor de exibição também começa a empurrar o valor de culto — em todos os sentidos — para segundo plano, sendo então a legenda de uma obra de arte, nesse caso a foto, necessária para compreensão. Nesse contexto, houve toda uma discursão entre pintores e fotógrafos sobre o valor de suas obras, Gastaram-se vãs sutilezas a fim de se decidir se a fotografia era ou não arte. Porém não se indagou antes se essa própria invenção não transformaria o caráter geral da arte. O embate fotografia e pintura não foi a única divergência entre os teóricos artistas da época. No teatro é, em definitivo, o ator em pessoa que apresenta, diante do público, a sua atuação artística; já a do ator de cinema requer a mediação de todo um mecanismo. Disso, resultam duas consequências. O conjunto de aparelhos que transmite a performance do artista ao público não está obrigado a respeita-la inteiramente, a atuação fica submetida a toda uma equipe todo um aparato óptico. Assim o cinema constrói o personagem assim como o autor, alias, o cinema passa a construir também a aparência do ator, no tipo de trabalho que ele realiza, o culto do astro, que favorece ao capitalismo dos produtores e cuja magia é garantida pela personalidade que, já de há muito, reduziu-se ao encanto corrompido de seu valor de mercadoria.