Resumo do texto "uma ética para salvar a terra"
A Carta da Terra está entre os muitos ensaios sobre a ética mundial, esta é abrangente e bela, representa a cristalização bem-sucedida da nova consciência ecológica e planetária. Esta parte da visão ética integradora e holística, considera interdependências entre pobreza, degradação ambiental, injustiça social, conflitos étnicos, paz, democracia, ética e crise espiritual. Representa um grito de urgência face às ameaças que pesam sobre a biosfera e sobre o projeto planetário humano e também um libelo em favor da esperança e de um futuro comum da Terra e da humanidade.
Esta Carta foi proposta em 1992 na cúpula da Terra, no Rio de Janeiro, esta já havia sido discutida em nível mundial por organizações não governamentais, por grupos comprometidos e científicos, bem como por governos nacionais. Ela deveria funcionar como o cimento ético a conferir coerência e unidade a todos os projetos dessa importante reunião. Mas não houve consenso entre os governos, seja porque o próprio texto não estava suficientemente maduro, seja porque faltava o suficiente estado de consciência por parte dos participantes da Cúpula da Terra que permitisse acolher a Carta da Terra. Em 1997, criou-se a Comissão da Carta da Terra composta por 23 personalidades mundiais, que apresentou um primeiro esboço da Carta da Terra em março de 1997 durante o Fórum Rio+5. Cerca de 46 países e mais de cem mil pessoas foram envolvidas, após muitas propostas apresentadas, até que em abril de 1999, sob a orientação de Steven Rockfeller, escreveu-se um esboço, em 2000 na Unesco em Paris ratificou-se a Carta da Terra.
Ela se divide em quatro partes: um preâmbulo, princípios fundamentais, princípios de apoio e uma conclusão. O Preâmbulo afirma enfaticamente que a Terra está viva e com a humanidade forma parte de um vasto universo em evolução. Nessa afirmação cuidadosamente formulada, ressoa não só a teoria da Gaia proposta por James Lovelock e outros, mas também