RESUMO DO TEXTO SCIENTIA SEXUALIS
O discurso do sexo por meio de proibições só fez com que ele se multiplicasse e criasse forma, classificando-o e especificando-o. O sexo era visto como uma verdade perigosa, pensamento que perdurou durante gerações como uma dinastia imaginária. Uma imensa vontade de saber que sustentou o discurso científico do Ocidente, o qual mascarava a verdade do sexo e a transformando-o em um aparelho de observações e análises, de verdade e falsidade, essencial mas ao mesmo tempo perigoso. No texto, percebemos uma oposição entre “ars erótica” e “scientia sexualis”. Na qual a primeira tratava da arte erótica que foi aplicada em certas civilizações (China, Índia, Roma, nações árabes-muçulmanas), onde a verdade era extraída do próprio prazer porém permanecia oculta pelo fato de ser algo interior, que vem de dentro e para não cair em banalização. Já a segunda prática, a “scientia sexualis” se faz presente na sociedade Ocidental, onde a verdade do sexo era extraída por meio de confissões. As confissões, eram vistas como rituais importantes para a obtenção da verdade, atribuindo também um valor de poder. Não de quem fala mas de quem escuta. O poder de julgar, consolar reconciliar, purificar. Já o indivíduo que confessa, obteria um reconhecimento por outrem, de suas ações e pensamentos, libertando-se de seus males. O Homem passou então a ser uma animal confidente, sendo o sexo matéria privilegiada da confissão. Durante muito tempo, essa técnica foi se desenvolvendo e assumindo outras formas e utilizadas em outras relações. No século XIX, as confissões passarem a ser reguladas cientificamente como uma técnica terapêutica. A extorsão da verdade pela ciência para fins de normalizar o sexo foi feita das seguintes formas:
- Através de uma codificação clínica do “fazer falar”: interrogatório cerrado, hipnose, associações livres... para chegar a sintomas cientificamente decifráveis.
- Através do postulado de uma causalidade geral e difusa: Onde