Resumo do texto: “reflexões epistemológicas sobre a arqueologia brasileira”, de arno kern
O autor começa o texto apontando que a arqueologia brasileira, nos últimos tempos, vem passando por avanços, tanto em atividades de campo, quanto de laboratório, recebendo grande influência europeia e dos EUA. Tais progressos foram facilitados, em nosso país, por dois fatores teóricos: o distanciamento do determinismo filosófico que busca teorizar o evolucionismo e a aplicação de teorias que consideram caráter particular, que valorizam as condições de pesquisa específicas de cada estudo.
Apesar de impasses como altos custos de viagem para os sítios arqueológicos, número reduzido de profissionais, grandes distâncias entre os sítios, etc.; a arqueologia nacional acompanhou os avanços e hoje é possível ter conhecimento de diversos sítios arqueológicos de nosso território e também de vários tipos de arqueologia (rural, urbana, de paisagem...). Já no princípio dos estudos arqueológicos no Brasil, podem-se citar alguns avanços, mas principalmente no que diz respeito ao debate científico que uniu sincronia, diacronia, cultura e tempo. O resultado desse debate foi a necessidade de criar uma cronologia, inclusive cultural, para cada estudo em particular, o que gerou evidências consideravelmente claras. Para realizar esse progresso, os métodos utilizados foram sondagens com sistemas de “cortes” e escavação vertical em campo, e o uso do Carbono 14 em laboratório, para descobrir as datas, por exemplo. A partir daí, começam as tentativas de descobrir sobre as culturas passadas a partir de escavações horizontais e análise de objetos produzidos artesanalmente. Os estudos procuravam identificar as culturas não só diferenciando-as das demais, mas analisando também suas características básicas; o autor chama essa prática de Funcionalismo pragmático.
A datar da década de 60, a arqueologia perde a identidade – rotulada por historiadores e antropólogos – de uma técnica