Resumo do texto Processos sintáticos de articulação de orações: algumas abordagens funcionalistas
INTRODUÇÃO
Falhas na abordagem de determinados assuntos nas gramáticas tradicionais de língua portuguesa têm sido alvo de discussões de estudiosos de diferentes linhas. Neste trabalho de CARVALHO (2004), é apresentada, sob o viés funcionalista, a visão crítica de alguns autores sobre as orações de períodos compostos. Dividido em três partes, na primeira, é apresentada a abordagem de orações coordenadas e subordinadas, de acordo com gramáticas normativas, ou tradicionais, em que são pontuados os conceitos e os critérios para diferenciação entre uma oração e outra, adotados por autores que são considerados representantes da tradição gramatical, tais quais Evanildo Bechara, Celso Cunha, Domingos P. Cegalla, Rocha Lima e Lindley Cintra. Na segunda parte, são apresentados os conceitos de coordenação e subordinação sob o ponto de vista funcionalista. Na terceira parte, as propostas de identificação e tipologização de sentenças complexas, à luz de LEHMANN (1988) e HOPPER e TRAUGOTT (1993, apud CARVALHO, 2004), que são funcionalistas, são base para a análise de dados que compõem o trabalho de CARVALHO (2004).
1 – Sentenças complexas na gramática tradicional De acordo com as gramáticas tradicionais, sentenças complexas são chamadas de “período composto” e são estudadas através de processos sintáticos chamados “coordenação” e “subordinação”. Alguns dos autores tradicionais pesquisados preferem conceituar ambos os processos para, em seguida, exemplificá-los, enquanto outros preferem o processo inverso. O trabalho de pesquisa de CARVALHO (2004) mostra que todos os gramáticos pesquisados estabelecem a diferença entre coordenação e subordinação baseados em critérios tanto semânticos quanto sintáticos ao abordarem a noção de (in)dependência entre as orações. Se, por um lado, para a gramática tradicional, o processo de coordenação é relacionado à “independência” das orações