Resumo do texo do ventre materno ao testamento
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Do ventre materno ao testamentoUm romano tinha uma vida muito diferente do cidadão de hoje, em muitos aspectos. Talvez, o primeiro deles é o que se refere ao nascimento, pois um romano só era considerado "nascido" se fosse pego do chão. Paul Veyne afirma que um cidadão romano não "tinha" um filho e sim o "tomava" ou "levantava" (tollere). Quando a criança nascia, a parteira a colocava no chão. Ela só seria considerada "nascida" se o pai a pegasse dali. Isso acontecia porque, em muitos casos, ele poderia recusar essa criança: famílias pobres não tinham como sustentar, famílias ricas não queriam mudar o testamento e modificar alguma sucessão ou divisão de bens já estabelecida.
Essas crianças poderiam ter diversos destinos: ser abandonadas na rua, ser criadas por outras famílias e até por empregados, em algum lugar longe das vistas do pai.
Após o "nascimento", a criança era criada por criados, geralmente uma nutriz que soubesse grego (língua considerada elegante pelos romanos) e um pedagogo que a ensinasse a escrever. Até mesmo escravos sabiam ler, ao menos as letras maiúsculas, usadas em placas e em grafites nas paredes. Mas as "belas letras" só eram aprendidas pelos mais ricos.
A educação básica era feita pela manhã e durava até os doze anos, em média. Depois disso, os meninos mais ricos continuariam seus estudos, os mais pobres parariam, e as meninas casariam. Entre doze e quatorze anos, uma menina casava e já se tornava "senhora" (domina, kyria). E era o marido, muitas vezes, que continuava dando educação para sua esposa...
Em Roma, haviam muitos filhos e filhas, sendo que a média era três. Mas também haviam muitas adoções. Pais sem filhos para fazerem de sucessor, tanto de herança como na política ou na profissão, podiam adotar alguém para esse papel, e muitos adotavam mesmo tendo filhos. Um dos casos mais conhecidos de adoção foi a de Otávio, por Júlio César. Além de ser seu sucessor político, Otávio acabou se tornando primeiro Imperador Romano.