Resumo do Livro "A ordem do discurso"
Aula inaugural no College de France (dezembro de 1970) , substituição de Jean Hyppolite na disciplina "História dos sistemas de pensamento"
1. Hipótese: em todas as sociedades a produção de discursos é regulada, selecionada, organizada e redistribuída conjugando poderes e perigos.
1.2 Procedimentos Exteriores de controle e delimitação do discurso
1.2.1 Interdição: não se tem o direito de dizer tudo, não se pode falar tudo em qualquer circunstância, qualquer um não pode falar de qualquer coisa (TABU do OBJETO + RITUAL DA CIRCUNSTÂNCIA + DIREITO DE FALAR PRIVILEGIADO OU EXCLUSIVO DO SUJEITO). Por mais que o discurso aparente ser bem pouca coisa, as interdições que o atingem revelam logo, rapidamente, sua ligação com o desejo e com o poder
1.2.2 Separação / Rejeição: Separação RAZÃO / LOUCURA; o louco é aquele cujo o discurso é impedido de circular como o dos outros. Desde a Alta Idade Média, a palavra do louco não é ouvida e quando é ouvida, é escutada como uma palavra de verdade (de uma verdade que os indivíduos normais não percebem).
1.2.3 Vontade de Verdade: Se nos situarmos no nível de uma proposição, no interior de um discurso, a separação entre o verdadeiro e o falso não é nem arbitrário, nem modificável, nem institucional, nem violento. Mas se levantarmos a questão de saber, situando-nos em outro nível, qual é essa vontade de verdade que atravessou tantos séculos de nossa história, ou qual é o tipo de separação que rege nossa vontade de saber, então é algo como um sistema de exclusão (sistema histórico, institucionalmente constrangedor).
1.3 Procedimentos Internos de controle e delimitação do discurso
1.3.1 Comentário: Existe um desnivelamento entre os discursos: os discursos que se dizem no correr dos dias e das trocas, e que passam com o ato mesmo que os pronunciou, e os discursos que estão na origem mesmo de um certo número de atos novos de fala que os retomam, os transformam ou falam deles. A relação do texto primeiro com o