Resumo do livro A morte e a morte de Quincas Berro D'agua
A morte e a morte de Quincas Berro D'Água, de Jorge Amado, é, antes de tudo, uma crítica azeda aos comportamentos burgueses. A obra está inserida na segunda fase do Modernismo (o intitulado "Romance da Seca"). Os autores desta geração priorizaram a problemática ruralista do Nordeste, evidenciando os contrastes e as explorações sociais sofridas pelos sertanejos.
É considerado por críticos literários importantes, como José Ramos Tinhorão e Paulo Emílio Salles Gomes, um romance atípico de Jorge Amado, longe de sua temática eminentemente baiana e/ou política. O livro é solidamente baseado no "Evangelho Segundo o Espiritismo", de Allan Kardec, e justamente por essa razão foi mais tarde desprezado por seu autor, que via nele o registro de uma fase de sua vida que ele preferia esquecer.
A Morte e a Morte de Quincas Berro D'Água
A Morte e a Morte de Quincas Berro d’Água é uma das melhores narrativas publicadas por Jorge Amado. Veio a lume em 1958 e conquistou desde logo a admiração de quantos dela se aproximaram. Nitidamente imbricada no Realismo Mágico, mistura sonho e realidade; loucura e racionalidade; amor e desamor; ternura e rancor, de forma envolvente e instigante:
Joaquim Soares da Cunha foi funcionário público, pai e marido exemplar até o dia em que se aposentou do serviço público. A partir daí, jogou tudo para o alto: família, respeitabilidade, conhecidos, amigos, tradição. Caiu na malandragem, no alcoolismo, na jogatina. Trocou a vida familiar pela convivência com as prostitutas, os bêbados, os marinheiros, os jogadores e pequenos meliantes e contraventores da ralé de Salvador. Sua sede era saciada com cachaça e seu descanso era no ombro acolhedor da prostituta. Fez-se respeitado e admirado entre seus novos companheiros de infortúnio: era o paizinho, sábio e conselheiro, sempre disposto a mais uma farra ou bebedeira.
Sua opção pela bandalha representa o grito terrível do homem dominado e