resumo do livro a fabricação da periculosidade
O livro tem a pretensão de articular à concepção de violência sobre os indivíduos que sofrem de transtornos mentais e as práticas sociais de enclausuramento, na perspectiva de uma construção da evolução dos conceitos de loucura, periculosidade e das instituições de aprisionamento e manicomiais, possibilitando uma melhor visão do exercício profissional da saúde mental. Na perspectiva de um novo olhar para estes fatos tão presentes e inquietantes em nossa sociedade
O livro conta a história de “Sansão” que sofre de problemas mentais e passa grande parte de sua vida em manicômios ou preso, o livro descreve detalhadamente essa parte de sua vida, mostrando como viveu esse personagem, uma pessoa que mal teve chances na vida pelo fato de sua “loucura ser muito grave”.
O principal estudo do livro é o processo de estruturação da violência nas instituições de contenção, prisão e manicômio através do relato biográfico de um paciente “ sansão” que permaneceu enclausurado por 37 anos, na Casa de Detenção de São Paulo, Hospital do Tuquery e no Manicômio Judiciário do Estado de São Paulo, a análise dos registros em seu prontuário e dos resquícios de sua história de vida, percebemos que as instituições procuraram domesticar e sujeitar o paciente às normas internas do convívio institucional. A evolução histórica do conceito de loucura até o de doença mental, a sua associação ao perigoso, do asilo à internação, as práticas de sujeição e disciplinarização do encarceramento, do suplício do corpo à restrição dos direitos, o uso do conceito de periculosidade como mantedor de relações de dominação, e deteriorazação de identidade.
Essa história foi uma pequena narração de um de muitos casos que aconteceram em hospitais manicomiais, onde tentaram por muitas vezes disciplinar seres humanos pelo fato de não serem aceitos por sua “loucura”.