Resumo do livro a escrita
ANTONIA EDNA BRITO Universidade Federal do Piauí, Brasil
Introdução
Inicialmente, é imprescindível retomar o conceito de alfabetização, levando-se em conta que essa conceituação tem sido pontuada por diferentes análises e enfoques, privilegiando, em alguns casos, a abordagem mecânica do processo de aquisição da língua escrita, fundamentada na racionalidade técnica, cuja preocupação central é o como fazer (que métodos e técnicas utilizar), ao invés de direcionar-se, também, para o aspecto de como o aluno aprende. E, em outros casos, destacando tanto o caráter processual, complexo, quanto à necessidade de articulação entre os diferentes enfoques sobre o tema (contribuição das diferentes áreas: Lingüística, Sociolingüística, Psicolingüística, dentre outras). Na análise de Soares (1999), observamos referências às significativas mudanças em relação à concepção do que é a alfabetização a partir da década de 80 (século XX), fundamentadas nas contribuições das Ciências Lingüísticas e na influência da teoria psicogenética da escrita (a partir das pesquisas de Emília Ferreiro, dando conta que criança aprende a escrever num processo de interação/ação com a língua escrita, construindo e testando hipóteses sobre a relação fala/ escrita).
Consideremos a interferência desses dois fatores – a influência das ciências lingüísticas e a concepção psicogenética da aprendizagem da escrita – em duas faces do processo ensino e aprendizagem da língua escrita, aqui destacadas para fins de melhor clareza da exposição, já que não representam momentos sucessivos, mas contemporâneos, não são processos independentes, mas inseparáveis: uma face é a aquisição do sistema de escrita [...]; a outra face é a ‘utilização’ do sistema de escrita para interação social, isto é, o desenvolvimento de habilidades de produzir textos. (Soares, 1999, p. 52).
Os aspectos destacados permitem caracterizar a