Resumo do livro Terra pátria
O nascimento da vida num mundo físico foi incompreensível enquanto se pensou que a matéria viva era de outra natureza e dispunha de outras propriedades que a matéria Físico-química, e que não obedecia ao segundo princípio da termodinâmica, o qual condena à entropia, a dispersão ou a desorganização, todas as coisas físicas. No início dos anos 1970, a termodinâmica de Prigogine mostra que certas condições de instabilidade favorecem não apenas desordem e turbulências, mas formas organizadoras que se geram e se regeneram por si mesmas. Torna-se desde então concebível que a vida emerge das desordens e turbulências da terra. A origem da vida permanece ainda um mistério sobre o qual não cessam de ser elaborados argumentos. Mas a vida só pôde nascer de um misto de acaso e necessidade, cuja combinação se pode dosar. Estamos ainda numa profunda incerteza no que concerne ao caráter inevitável ou fortuito, necessário ou milagroso, do aparecimento da vida, e essa incerteza repercute evidentemente sobre o sentido de nossas vidas humanas. A vida emerge ao mesmo tempo como emanação e criação da terra. Na terra, formou-se e desenvolveu-se uma árvore da vida, essa árvore não é evidentemente uma coluna regular, portadora de simétricas ramadas. A árvore da vida é a esfera da vida, interagindo com as condições geoclimáticas, produziu múltiplos nichos, cujo conjunto constitui a biosfera. A vida por tanto, nascida da terra, é solidária da terra.
A identidade humana
Durante o séc. XIX, as ciências naturais reconhecem cada vez melhor o homem como o ser biológico, enquanto as ciências humanas o reconhecem cada vez melhor como ser psíquico e como ser cultural. É também durante o séc. XIX que o nascimento do homem é atribuído não mais a um Deus criador, mas a evolução biológica. Admite-se então que o homem descende do macaco. Assim como a vida emerge da terra, a partir de uma conjunção local animal singular, o homem emerge a vida, a partir de um ramo animal singular,