Resumo do livro sertões parte o homem
A segunda parte de Os Sertões é a mais polêmica porque nela aparecem questões como a da formação racial do sertanejo e a dos males da mestiçagem. Euclides vê na mistura de raças um retrocesso:De sorte que o mestiço - traço de união entre as raças, breve existência individual em que se comprimem esforços seculares - é quase sempre um desequilibrado. (...) E o mestiço - mulato, mameluco ou cafuzo - menos que um intermediário, é um decaído, sem a energia física dos ascendentes selvagens, sem a altitude intelectual dos ancestrais superiores. Contrastando com esta quase impossibilidade do mestiço para a civilização moderna, os sertanejos nordestinos (embora também resultantes de amplo caldeamento étnico) seriam diferentes por terem há muito se isolado no grande interior do país. Abandonados há três séculos, sem contatos maiores com o litoral desenvolvido, “nossos patrícios retardatários” – inversamente aos mestiços urbanos – não haviam sido corrompidos: O abandono em que jazeram teve função benéfica. Libertou-os da adaptação penosíssima a um estágio social superior e, simultaneamente, evitou que descambassem para as aberrações e vícios dos meios mais adiantados. Por isso, apesar de seu atraso mental, o sertanejo surge como um titã:O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos* do litoral.A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o desempeno**, a estrutura corretíssima das organizações atléticas.É desgracioso, desengonçado, torto. Hércules-Quasímodo, reflete no aspecto a fealdade típica dos fracos. O andar sem firmeza, sem aprumo, quase gingante e sinuoso, aparenta a translação de membros desarticulados. Agrava-o a postura normalmente abatida, num manifestar de displicência que lhe dá um caráter de humildade deprimente. (...)É um homem